Erinia - O início de tudo!
No alvorecer da raça humana, os primeiros homens disputavam espaço na Terra com uma infinidade de outros animais que há muito tempo dominavam o planeta. Os seres humanos, desprovidos de físicos competitivos e de armas de defesa, estavam em grande desvantagem frente às demais raças existentes e corriam um sério risco de extinção.
Como agravante, entre as raças dominantes, fisicamente muito mais fortes e adaptadas ao ambiente, havia ainda algumas criaturas monstruosas, que não temiam os outros animais por terem poderes especiais ou serem fortes o bastante para neutralizar sua ameaça. A maioria dessas criaturas era inteligente o suficiente para compreender os humanos, sendo que algumas delas possuíam inteligência superior à deles.
Embora não tivessem interesse algum em dominar o mundo (eram muito egoístas e não tinham o hábito de se aliar a seus pares), tais criaturas sabiam que os humanos, pela sua inteligência e capacidade de agregação, o fariam. Como temessem pelo que lhes aconteceria num mundo dominado pelos humanos, usavam de toda a astúcia e poder para impedir sua evolução. Assim, faziam de tudo para deixar os humanos vulneráveis às raças dominantes: atacavam seus povoados, destruíam suas edificações, preparavam-lhes armadilhas, dispersavam seus rebanhos e arruinavam suas plantações. Vez ou outra raptavam suas crianças para usá-las como escravas de seus caprichos e desfaziam-se delas como e quando bem entendessem.
Com esses ataques freqüentes, os grupamentos humanos definhavam dia após dia, sem condições de progresso, pois dedicavam a maior parte do seu tempo para fuga e defesa. A extinção da raça humana era apenas uma questão de tempo.
Porém, algumas das crianças raptadas conseguiam sobreviver até a idade adulta, e pelo convívio com as criaturas monstruosas acabavam por lhes conhecer os segredos e adquirir seus poderes. Assim que tinham alguma chance, escapavam para lugares ermos, onde podiam se esconder com mais facilidade. Como não tivessem aprendido o convívio social, dificilmente retornavam aos seus povoados originais, mantendo apenas contatos esporádicos. Esses indivíduos eram temidos por seus poderes e conhecidos por magos.
Com o tempo, alguns dos magos passaram a observar as vantagens da união de esforços, e procuraram outros magos para troca de aprendizado. Nesses encontros, verificaram que tinham muito em comum, principalmente o grande desejo de livrar a Terra das criaturas malfeitoras e aliviar a humanidade do seu jugo.
Após muito estudo, os magos descobriram uma maneira de banir do mundo todas as criaturas monstruosas: fariam um encantamento que as baniria através da “Porta dos Mundos”. Havia, porém, um grande preço a ser pago: o encantamento exigiria um nível de energia além de suas capacidades, e eles deveriam abrir mão de suas vidas em prol de apenas um deles, transferindo toda a sua energia vital para que o mago escolhido pudesse realizar a façanha. Cientes de não haver alternativa, escolheram Hur para conduzir o Ritual do Banimento Eterno.
Chegado o momento oportuno, evocaram, assim que o Grande Alinhamento de Fogo ocorreu, a última esperança de salvação da raça humana.
Porém, o encantamento foi mais forte do que o planejado, e além das criaturas monstruosas alguns grupamentos humanos também foram sugados através da “Porta dos Mundos” e dispersados no outro lado.